terça-feira, 1 de julho de 2025

DOCUMENTÁRIO FRANCÊS SOBRE O SER SURDO
Sou surda e não sabia

    Esse documentário me ajudou bastante na compreensão sobre a necessidade de uma acessibilidade e as inúmeras dificuldades que vive uma pessoa surdo num mundo onde a maioria é ouvinte. Perceber que é possível ter uma vida normal com outras percepção do mundo numa forma visual me inspirou a construir o vídeo performático para sensibilizar outras pessoas a adentrar nesse universo da cultur asurda. 

 

segunda-feira, 30 de junho de 2025

A PERCEPÇÃO VISUAL NO MUNDO DO SURDO

 A PERCEPÇÃO VISUAL NO MUNDO DO SURDO


Minutagem: 10 min


   


O vídeo experimental é um convite à imersão no universo da cultura surda que, ao não ouvir o som, aguça outros sentidos como a percepção visual para entender o mundo e se comunicar. Inspirado no livro do neurologista “Vendo vozes” de Sacks (1998), é uma grande oportunidade e convite para entrarmos nesse mundo até então negligenciado e nos colocarmos no lugar do outro e compreender que as diferenças não classificam as pessoas quando a capacidade de cada um, mas abre um leque de possibilidades para compreendermos a infinidade de nuances e oportunidades que a vida nos apresenta de para vermos a vida por diversos ângulos. 

    Para essa experiência, tampe os ouvidos para anular os ruídos externos e tente experienciar essa imersão no silêncio que se comunica por imagens, signos, aguçados pela imaginação. Seja bem-vindo a um mundo de acessibilidade cultural.

Ficha técnica: 
Pesquisa, roteiro, imagens e edição: Rosa Pires
Apoio: surdos da Escola Bilíngue Libras Português Escrito de Taguatinga - SEEDF/DRET, participação especial de Daniela Ribeiro (violino) e Rafael Pires (Violão).


domingo, 22 de junho de 2025

                                                 


                                                  PROJETO DE CRIATIVO DO VÍDEO

A PERCEPÇÃO VISUAL NO MUNDO DO SURDO

O vídeo é um convite a todos para experienciar um mundo em imagens, sem a presença do som. Na cultura surda o som está ausente, mas isso não significa que ele não seja capaz de perceber o som por meio dos movimentos, pulsação, ritmo e principalmente por meio dos elementos visuais. Como ouvinte, os convido a nos colocarmos do outro lado, daquele em que as pessoas não tem o som como elemento de comunicação. Entender que há pessoas que percebem a vida de forma diferente da nossa, pode contribuir para que, ao pensarmos na criação artística, não esqueçamos de promover a acessibilidade cultural de forma integrativa e acolhedora.  

Captação das imagens

Uso da câmera do celular para captação de diferentes imagens com movimento, ritmo e momentos que demonstrem a intensa agitação da cidade. O programa para edição criativa dessas imagens e remoção dos sons será o Wondershare Filmora.

De onde surgiu a ideia performativa 

O livro de Oliver Sacks, Vendo Vozes, onde o autor investiga como é a percepção do mundo no universo do surdo. Percebi o quanto a visualidade está presente na cultura surda e como é rica essa experiência de aguçar outro sentido quando excluímos a percepção sonora das coisas. Para a estética visual do vídeo, procurei destacar a comunicação visual e sugestão da existência de ritmos no dia a dia.

O que mostrar na ação performativa

            O destaque principal são os elementos visuais que possam sugerir movimento, ritmo e a existência de sons. Embora este som não seja percebido no vídeo, há a sugestão que ele está lá, como diz Sacks, “um som fantasmagórico”. Anular um sentido, o auditivo, para que o visual comunique as características e detalhes comunicativos das imagens.

Público Alvo

Artistas ou pessoas que se interessem em conhecer mais sobre a cultura surda, ou qualquer pessoa que deseje entender outras formas de ver e perceber o mundo. O  público deve estar aberto a experienciar uma forma diferente de se olhar as coisas para perceber as nuances na forma de comunicação nos elementos visuais.

            Onde filmar

            Na cidade de Taguatinga, mostrando nuances e detalhes visuais. Os instrumentos que são tocados e a interação em Libras entre surdos também foram registrados nesta cidade nos meses de maio e junho de 2025.


Roteiro

 - Gravação da introdução em Libras, sem dublagem. Uso de fundo em Chroma Key para retirada do fundo. Close, blusa preta da intérprete, luz e todas as filmagens com a câmera na horizontal.

- Cena inicial após explicação em Libras: tocar de uma campainha, abertura da porta,entrada na casa e saída pela varanda mostrando a amplitude da vista, inclusive captando um avião ao céu.

- Pessoa ouvinte falando ao celular. Close nos lábios e efeito de câmera mais lenta para enfatizar o movimento dos lábios.

- Jovem tocando violão. Destaque ao instrumento e movimento das cordas. Close nos dedos e volta para o meio, percorrendo as cordas lentamente.

- Apresentação das gêmeas: primeira tocando violino e a irmã, violoncelo. Termina com homem tocando violão. Todos de preto comunicando o estilo e formalidade na apresentação.

- Painel do Carro, destaque para sinalização visual das setas (comunicação luminosa).

- Ambulância: saída que pode comunicar emergência (luzes que comunicam).

- Trânsito: o sinal de freio (parar) dos carros em movimento pela cidade. Sinal de trânsito. Engarrafamento.

- Cidade em movimento vista do alto de uma passarela. Carros, muito movimento, pessoas e a passarela alto em verde e amarelo vista do ângulo que declina.

- Cena no chuveiro e outro complemento com uma torneira aberta sugerindo a queda d'água.

- Dois quadros com pessoas surdas comunicando em Libras. Um com uma professora surda dando aula e outro com duas alunas surdas no pátio da escola.

           

            Todo o vídeo apresenta ângulos diversos de filmagens, porém, na edição, efeitos de zoom e imagens em câmera lenta poderão sugerir e destacar a percepção do som ausente.

 

 

segunda-feira, 16 de junho de 2025

 COMO UMA PESSOA SURDA PERCEBE O MUNDO 

"VENDO" SONS


Mas como eu poderia integrar o som em meu projeto de pesquisa se o objetivo era acessibilidade cultural com pessoas surdas? Procurei no primeiro momento me posicionar no lugar do outro e perceber como era e se mesmo existia a percepção do som para os surdos, uma vez que sou ouvinte. Acreditava que o som não existia para elas, mas na verdade, o som não deixa de existir só por não ser audível e percebido por alguém, ele está lá. Então, a não percepção desse som acaba por aguçar outra forma de percepção do ambiente e do meio, transposto pela vibração e mesmo pela visualidade das coisas que passam a ter mais importância a partir de uma maior sensibilidade da pessoa surda em relação ao visual.

Sai pela cidade procurando "ignorar" todos os ruídos e informações sonoras. Filmava pensando no que se destacava visualmente caso eu não percebesse o som. Busquei o movimento do vento, dos carros, a luminosidade e alertas visuais. Fui registrando as imagens no formato de vídeo. Aproveitei para registrar pessoas surdas sinalizando na escola que trabalho, que é para pessoas surdas. A forma que comecei a ver as coisas ao imaginar a ausência do som mudou. A forma de entender o mundo, comunicar e existir passou a ser mais visual, detalhes que passariam desapercebidos começam a ter mais destaque.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

    Quando Sacks tem contato com a obra do poeta sul-africano David Wright em 1969, ele se depara com a seguinte narrativa do autor: conta que “escuta” o sussurro do vento sempre que vê árvores ou ramos sendo agitados pelo ar.” (SACKS, 1998, p. 11) Na proposta da construção desse vídeo em imagens a ideia é que pessoas ouvintes possam “ver” o movimento do vendo, passos ou os ruídos da cidade. 




 

domingo, 8 de junho de 2025

A importância da comunicação completa: som e imagem

     Considerando as postagens anteriores, pode parecer que o som não tem tanta importância, ou que a imagem é um complemento apenas. Na verdade, ambos tem a mesma importância, o que acontece é que o ser humano se adapta a diferentes situaições e contextos. Observe esse áudio sem a imagem, perceba que é capaz de visualizar e entender quando associado a uma imagem aleatória.


    Agora observe de onde vem o som real junto ao contexto da situação de pagamento com cartão. 






COMUNICAÇÃO: IMAGEM OU SOM
    
    Antes de fazer esse paradoxo entre o ver e o ouvir uma imagem, gostaria de compartilhar duas cenas iguais, uma com o ruído natural da rua e outra com o volume no mínimo. Não digo sem som, pois o som está lá, mesmo que não captado. O que chamamos de deficiência, o não ouvir, pode por vezes ser uma diferença que muitos buscam. A calmaria sem o caos da cidade, a tranquilidade, com todas as cores, movimentos e possibilidades do visual de um lugar. Vejamos agora esssa mesma cena sem a percepção do áudio. 
    
"A existência de uma língua visual, a língua de sinais, e das espantosas intensificações da percepção e inteligência visual que acompanham sua aquisição demonstra que o cérebro é rico em potenciais que nunca teríamos imaginado e também revela a quase ilimitada flexibilidade e capacidade do sistema nervoso, do organismo humano, quando depara com o novo e precisa  adaptar-se.(SACKS, 1998, p.7)




    Que percepção teve? Perdeu algo importante que prejudicou a comunicação pela ausência do áudio? Comente!


 

Para entender como é a vida de um surdo no seu dia a dia com a não percepção do som


         Iniciei o título para comentário deste vídeo, que é uma produção da TV INES, com o intuito de descrever como é a vida de uma pessoa surda sem o som. No entanto, o som não deixa de existir porque ele não é ouvido por esssa ou aquela pessoa, ele está lá. Pode ser sentido, pode vibrar e aguçar a percepção do ritmo e dos ruídos, mas não ainda estará lá. O que acontece, é que quando uma pessoa surda não ouve na totalidade um som, mesmo sendo capaz de perceber a vibração desse som, outros instintos e sentidos são despertados para que a comunicação se faça presente e possível. 
          Neste vídeo o apresentador Renato Nunes mostra como a tecnologia pode ser uma facilitadora na comunicação e acessibilidade de uma pessoa surda. Um exemplo simples do dia a dia é o tocar de uma campanhia. Você escuta o som, entende a comunicação que alguém está chamando na sua porta, vai até lá e abre. 

        Mas para a pessoa surda que não escuta o tocar dessa campanhia? Há inúmeras diferenças como o tocar de um despertador para acordar pela manhã, o som do micro-ondas avisando que a comida está pronta, uma máquina de lavar ao terminar de bater as roupas, e assim por diante. Nessas questões a tecnologia pode ajudar bastante na acessibilidade para a pessoa surda. Quando o porteiro toca a campanhia, ao invés de emitir um som, pode aparecer um sinal luminoso piscando avisando que há alguém chamando, ou ligar o visor de uma câmera e a pessoa surda pode ver quem está chamando na portaria. O casal que serve de exemplo no vídeo de um filho CODA, quando um ouvinte tem pais surdos. Cuidar do bebê também exige algumas adaptações. Uma câmera intalada nos cômodos da casa ajuda a mãe surda a observar o bebê no quarto, por exemplo, quando ela está cozinhando na cozinha. Assim, se ele chocar, ela não vai ouvir, mas ver. Despertar pela manhã no horário desejado também pede adaptações. O celular-despertador em vez de tocar, vibra ao ser colocado na cabeceira da cama que é de madeira. Assim ele percebe a cama vibrando e é só conferir as horas no visor. Para melhor compreender mais sobre a vida das pessoas surdas, vou fazer uma viagem no livro de Oliver Sacks, Vendo Vozes. Vamos lá?

 

sexta-feira, 6 de junho de 2025

    Não poderia de dar continuidade ao projeto de acessibilidade para surdos sem primeiro explicar a escolha do própriao layout do blogger que destaca a cor azul. Esta é uma cor que remete a resistência das pessoas com deficiência, inclusive as surdas, que eram marcadas com uma faixa azul pelo regime nazista durante o período da Segunda Guerra Mundial, o que as identiticavam como uma raçã não-pura. Chega a ser cruel registrar tais lembranças e verdades sobre esse período da história que queremos esquecer, mas é lembrando que não nos esqueceremos, assim espera-se que nunca mais tais atrocidades se repital. 

 


       Para nós ouvintes é difícil imaginar a importância da luminosidade marcando a direção de uma simples seta de carro. O ruído é insistente e logo que acionamos o barulho se mantém persistente até que seja deligado. Mas considere um motorista surdo: já pensou que esta luminosidade piscando na direção indicada é a única forma dele perceber a sinalização? Outras questões como um sinal alto e irritante a indicar o recreio da escola não é percebido pelo aluno surdo, exceto em escolas que possuem acessibilidade e tem em suas salas luzes que piscam indicando que é o horário do lanche ou intervalo entre as aulas. 

    Neste dia dirigindo em um fatídico engarrafamento percebi as nuances que podem ou não serem acessíveis aos surdos. Alguns, como as buzinas, ruído de motos e barulho de um trânsito congestionado é mesmo uma bênção não precisar ouvi-los, nostros casos isso pode dificultar a vida da pessoa que não tem no som um meio de comunicação, mas no visual. 
 

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Acessibilidade Cultural para pessoas surdas vai muito além de uma apresentação em Libras, precisamos entender como o surdo vê o som. É isso que pretendo pesquisar aqui. 


Rever esta performance me remete ao processo que vem de encontro ao meu primeio contato com uma das formas de acessibilidade. Mas agora, amadurecendo mais a ideia e compreendendo melhoro universo sonoro e o universo das pessoas que não tem essa vivência, me leva a outras experiências sobre as formas de acessibilidade.


 

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